CUTI. Literatura negra brasileira: notas a respeito de condicionamentos. IN: QUILOMBHOJE (ORG.) Reflexões sobre literatura afro-brasileira. São Paulo: Conselho de Participação e desenvolvimento da Comunidade Negra, 1985. p.15-24
LITERATURA NEGRA BRASILEIRA:
notas a respeito de condicionamentos
Blitz no sentimento de negro é uma constante. Acusado de rancor, resta a alternativa de viver acuado em si mesmo, enquanto aprende as regras da vista grossa e do escamoteamento da expressão. Na pauta do permitido todos devem se esforçar para o sustento de todas as notas da hipocrisia nas relações raciais.
A bibliografia do “problema do branco” sobre o negro é imensa. Nela, como não podia deixar de ser, o negro é o problema. As exceções - sinal dos tempos! - estão aumentando, infelizmente a regra, idem. Hoje há um dado considerável na transformação, a presença dos descendentes, mais visíveis, dos escravos. O texto escrito começa a trazer a marca de uma experiência de vida distinta do estabelecido. A emoção - inimiga dos pretensos intelectuais neutros - entra em campo, arrastando dores antigas e desatando silêncios enferrujados. É a poesia feita pelo negro brasileiro consciente.
Sem tradição escrita, no que diz respeito à herança africana, o poeta negro vai se deparar diante da grande produção da literatura nacional, elaborada, na sua maioria, por brancos, ou aspirantes a. O discurso dominante, que nega o racismo existente, está disseminado, e a literatura escrita é um grande repositório. A contradição se faz presente, e no supremacismo branco muitos bons nomes podem ser surpreendidos em ruminação. Mário de Andrade: “Como deve ser ridículo um negro passeando em Versalhes!” - expressando-se em seu livro de 1926, Losango Cáqui. É sintomático o comportamento do escritor brasileiro, sobretudo no primeiro grande momento em que a arte se propõe a traduzir o país. A via folclórica seguida pelos modernistas para encarar o conjunto de seu povo, no aspecto étnico-cultural, salvaguardou o complexo de superioridade racial com que a elite da época tentava se aproximar ou se equiparar aos europeus. Se antes a deformação da imagem do negro chegava a ser “ïrritante”- como é denominado um subcapítulo racista dos Sertões, de Euclides da Cunha -, com a chegada do Modernismo, a tradição de subestimar a presença africana no Brasil ganha - contornos camaleônicos, onde uma falsa simpatia tenta assegurar o direito de apresentar o negro “como se fosse da família” brasileira, porém de compleição biológica naturalmente inferior e acomodado a essa condição. Continua aqui, em termos de literatura, a interdição de se mergulhar na zona de conflitos que norteiam as relações raciais. Assim, obras como Martim Cererê, de Cassiano Ricardo, vão apresentar a exploração do trabalho e a violência contra o africano e sua descendência como algo inteiramente harmonioso e promissor para o país. Na mesma linha, Raul Bopp, em Urucungo, arrasta a imagem do negro que sofre calado e se aliena com liamba, e é feito de degradação, e sorri e faz rir, e dança, e esquece. Esses exemplos não são apenas reminiscências da época colonial, eles serviram e servem como base para um comportamento literário em face de uma questão nacional, o relacionamento inter-racial brasileiro.
A busca de nacionalidade, uma tônica na Literatura Brasileira, sempre foi marcada por equívocos e falsidades resultantes da idealização de uma identidade. Do “melões celebrados” de Manoel Botelho de Oliveira (1705) até “o urubu, um crioulo de fraque...” do Poema Sujo, de Ferreira Gullar, aquela busca tem evitado encarar o negro a partir de dentro.
Considerando que os modismos literários europeus deram a diretriz estética a ser seguida pelos escritores brasileiros, a questão da identidade fica mais “clara” quando consideramos que forma e conteúdo não andam separadas nunca. Para termos uma idéia disso, tomemos o poema “Arte poética” de Paul Verlaine, básico para o Simbolismo e suas conseqüências na vanguarda do século XX. Diz lá, na sétima estrofe, o poeta francês: “Oh! quem dirá os malefícios da Rima? / Que criança surda ou que negro louco/nos forjou esta jóia barata/que soa oca a falsa sob a lima?” A aproximação com a criança e a loucura mostra bem o pano de fundo do racismo “científico” que imperou na Europa do século XIX e que foi exportado para todo mundo. Cruz e Souza, o maior expoente do simbolismo brasileiro, por ser negro e experimentar na pele a violência racista, percebeu os “muros”, e legou para a história literária do nosso país o mais profundo mergulho na vivência interior do negro brasileiro: “O Emparedado”, poema em prosa de seu livro Evocações, editado postumamente, no mesmo ano da morte do poeta em 1898. Num lance profético ele nos dá a chave para a compreensão da contenção em que vivemos, ainda, diante da história refletida na sensibilidade: “África virgem, inviolada no Sentimento, avalanche humana amassada com argilas funestas e secretas para fundir a Epopéia suprema da Dor do Futuro, para fecundar talvez os grandes tercetos tremendos de algum novo e majestoso Dante negro!” O poeta tinha consciência de que o sentimento do Negro não tinha se transferido para a Literatura. A angústia, que por toda a obra de Cruz e Souza é uma marca constante, está ligada, sem dúvida, ao “ser negro num mundo branco”- fonte de conflitos. Os detratores da obra do poeta catarinense não passam por esta zona, sapateiam inutilmente sobre as “formas alvas, brancas, formas claras” da “Antífona”, tentando por vezes cuspir a acusação de “negador da raça”. Estão emparedados em sua ilusão racial que tem por base negar a expressão dos nossos mais profundos sentimentos. Há também o mal-estar diante de um monumento literário erigido por um negro.
Este aspecto profundo da obra de Cruz e Souza pouco foi assimilado pelos escritores posteriores. A par da grande dificuldade para a circulação do livro em nosso país, na época e atualmente, o aspecto ideológico das classes dominantes representam grande papel na consciência racial dos escritores brasileiros. Para sairmos de perto das “vacas sagradas” vamos lembrar o que dizia um manifesto do jornal Leite Crioulo, órgão literário de escritores mineiros atingidos pela novidade modernista: “De uma feita um sujeito chamado Richet gritou na França que o negro só presta pra duas coisas no mundo: “fabricar” uréia e gás carbônico (sic). Ao brasileiro ele deu mais do que isso. E é justamente esse mais do que isso que nós não queremos dele”. E ainda em outro trecho: “Não queremos ser mais a tradução literal da nostalgia do negro.”... “Herança danada que nos legou o preto saudoso (está sudoso) da pátria. Precisamos nos curar desse grande mal. “O manifesto está assinado, na parte intitulada “Leite Crioulo”, por Guilhermino Cesar, e na parte titulada como “Convite”, por Achiles Vivaccua. Tem data de 13 de maio de 1929. O que se nota aí, além de desprezo, da ofensa, desrespeito à nacionalidade no seu mais baixo nível? Inovação estética?, bolas! Voltando ao “pasto” onde os consagrados comem caviar, podemos nos perguntar, à respeito de estética física, o que é padrão, modelo, enquanto expressão literária. Se o Romantismo vestiu o índio com heroísmos europeizantes e moral aristocrática, deixou o negro num canto com varreduras de desdém. Como falar daqueles que eram o sustentáculo da economia do país sem tocar em conflitos? Então ficaram apenas com “os lábios de mel” da Iracema de conteúdo ariano, e com o padrão branco, as madeixas, de moças pálidas, sopradas pelo vento, etc. Com o Modernismo começa o mulatismo pejorativo e idealizante, que chega até nossos dias com Jorge Amado. Aqui, a crença de que o negro vai, num futuro próximo, dissolver-se no branco, é quem dá o tom. A ideologia do branqueamento já tinha dado seus sociólogos. Desta feita, na cabeça de escritores brasileiros de renome, instaura-se a ansiedade diante de uma urgência para que esse absurdo biológico ocorra. O belo em termos físicos também é afetado. É sintomático que Macunaíma que “Era preto retinto e filho do medo da noite”... “se lavou inteirinho.” e “Quando o herói saiu do banho estava louro e de olhos azuizinhos...”A água encantada” a que faz alusão Mário de Andrade, neste seu livro de 1928, na qual se banha o herói, tenta sugerir que a cor natural do negro está próxima da sujeira. Cassiano Ricardo falava em “fuligem da noite”... É a fobia do embranquecimento.
O escritor mulato, Lima Barreto, que denunciou o racismo à brasileira, em várias passagens de sua obra, principalmente nos romances “Clara dos Anjos” e “Memórias do Escrivão Isaías Caminha” não teve essa sua experiência com a literatura devidamente assimilada pelos escritores que o seguiram em termos cronológicos. Aqui vale a reflexão a respeito do poder que tem a literatura de injetar em várias gerações a seiva de suas conquistas, ou o teor da sua miséria. As reedições são feitas e novos leitores nascem, crescem, morrem, e muitas vezes tornam-se vítimas e inocentes úteis, transferindo adiante erros passados. A falsa simpatia citada anteriormente, com que muitos escritores traduzem a presença do negro no Brasil, chega a nossos dias, evitando como sempre a “zona de conflito”. O intuito de folclorização norteia os “simpáticos” às coisas do negro. É o paternalismo gerando o inócuo. Ruy Dias, em seu livro “São Sete Conchas Douradas no Colar de Yemanjá”, é um exemplo. A religião de origem africana numa visão de amansar conflitos, camuflando-os. Relações raciais em seus poemas, só silêncio.
Paralela às escolas literárias do nosso século, engatinha a produção do negro brasileiro, tida e mantida, por diversas razões, num status de subliteratura. Enfrentando problemas básicos, este pequeno veio, por onde corre um pouco da interioridade negro-brasileira, tem se constituído numa resistência ao discurso dominante. Este, com todos os recursos de que dispõe, confunde, tergiversa e se reflete no texto literário. Já vimos o quanto vem tendo eficácia nas grandes obras nacionais (assim consideradas quase sempre sem nenhuma alusão às posturas anti-negras). Antes das dificuldades materiais para a publicação de seus textos, o escritor negro depara-se com a monumental barreira da criação artística: a autocensura, fruto do contexto social opressivo no qual modelos são impostos e a hipocrisia recebeu o nome de democracia racial.
Lino Guedes, um dos primeiros poetas negros a revelar em seus trabalhos a busca de uma identidade em nosso século, abriu e se manteve com freqüência na linha do lamento, extravasado em versos aproximados do cordel. O flagelo da escravidão ocupou lugar predominante em sua obra. Nela vamos encontrar também a atitude de quem quer “se pôr a prumo” para salvar-se das conseqüências da história passada, com uma visão fatalista, apoiada em apelos e desencantos religiosos.
“Banzo! Banzo! És o destino
Da minha raça infeliz!
És o roteiro inditoso
De um povo que Deus não quis!
És a minha recompensa
De tudo aquilo que fiz!
Banzo! Banzo! Deixa a terra
Do eito e da ingratidão!
Volta ao domínio da raça
Que ainda não teve o perdão!
Mas, Banzo, Banzo, tu ficas
Vivendo em meu coração.”
Assim Lino Guedes termina o seu dramático intitulado “Vigília de Pae João”, publicado em 1938. Essas duas estrofes finais do poema longo afloram características que não se detiveram na obra de Lino. Mostra ainda comportamentos perante a temática da escravidão e suas conseqüências que são presentes, com as naturais marcas da época, na poesia negra hoje.
A visão fatalista da história além de ser um ensinamento propalado pelo branco durante muito tempo, situa o criador fora da zona crítica, reveladora das reais causas da espoliação. A constatação do flagelo, por si só, pouco avança o processo de conscientização, e acaba por estar conforme ao paternalismo das elites.
Também a presença do movimento apelativo à religião, tanto para explicar quanto para amenizar as amarguras, continua hoje marcando os textos. Achar que Deus nos esqueceu é um desencanto que a religiosidade, católica sobretudo, nos legou diante da exploração do homem sobre o homem. Oswaldo de Camargo no seu livro de estréia, 1959, que aliás teve o sugestivo nome de “Um Homem tenta ser Anjo”, mostra em meio a versos de forte tentativa de atingir o céu da sublimação que:
“Ser anjo em verdade é coisa triste...
Pesa o corpo, Senhor, e cada nuvem
é inimiga chovendo exaustão...
Tédio grosso pingando em minha testa,
por pensar que o céu é tão distante...”
O céu na verdade, no contexto da poesia negra, pode a partir deste exemplo ser tomado como esse espaço estreito em que a autocensura nos mantém presos, na expressão de Carlos Assumpção: “A muralha de rocha e cal/ Que ergueram em torno de nós”.
Uma outra característica da obra de Lino Guedes, insistente em nossos dias, é o cuidado de não revelar-se em profundidade, juntamente com a consciência da identidade grupal. Tanto poetas Oswaldo de Camargo - dentro de uma linha visceral - quanto Eduardo de Oliveira - com um lirismo mais afeito da suavidade - estrearam com livros onde suas vivências de negros estão submersas em queixumes. Evoluíram, sem dúvida. Camargo é hoje o único poeta negro com incursões (editadas em livros) na prosa, onde as experiências de organização dos descendentes de africanos, em São Paulo, foram traduzidas. Seus livros O Carro do Êxito e A Descoberta do Frio, o primeiro de contos e o segundo, novela, são pioneiros na tentativa de captar em prosa o processo de conscientização negra. Eduardo, com diversas publicações em verso, os cacoetes parnasianos que prejudicam sua obra. Solano Trindade, a figura mais conhecida da poesia negro-brasileira, antecedeu os dois autores citados. A obra de Solano, com Poemas de Uma Vida Simples e Cantares ao Meu Povo deu o grande salto político-poético, apesar do reduzido alcance psicológico de seu trabalho.
É de 1956, o surgimento, no meio das reuniões de debate da questão racial, do poema “Protesto”, de Carlos Assumpção, marcando assim um dos grandes lances de contundência na poesia negra que muitos ainda hoje estranham e evitam. “Piedade não é o que eu quero”... “Eu quero coisa melhor/Eu não quero mais viver/No porão da sociedade...”, assim é que investe o poeta. Este poema, publicado em livro com o mesmo nome do autor apenas este ano, além de seu valor histórico-literário, marca uma ruptura ou propõe que ela seja feita - tendo em vista a pertinência de condicionamentos que ainda confundem o literato negro.
Dos anos 70 em diante, vários livros, de poetas e alguns contistas negros, surgiram. Os estudos de críticos brasileiros e brasilianistas começam a desempenhar seu papel. As opiniões e posturas literárias se diversificam.
Em 1978 surgiram os “Cadernos Negros”, primeira tentativa de agrupamento, de literatos e aspirantes, em torno de uma publicação coletiva, já em seu quinto número alternando poesia e prosa. Os nomes aumentam e a aproximação se efetua, e com ela os debates. Surge a questão da qualidade: conflito! É o momento da busca dramática do reconhecimento público que compense tantos sacrifícios ( o rompimento com a autocensura, o custeio das edições ou peregrinações às editoras, e também a venda dos livros).
O contexto histórico em que atua o literato negro hoje, apesar de suas condições precárias, apresenta possibilidades de múltiplos relacionamentos com outras áreas daquilo que se costuma chamar de Movimento Negro. As Entidades Negras e Grupos dos mais diversos estados brasileiros acenam com a esperança de um público consumidor dessa literatura, não apenas comprador do livro, mas leitor e interessado. A amplitude da questão do inter-relacionamento racial tem promovido a curiosidade espantada diante da novidade: as idéias e sentimentos do negro com os traços específicos da sua experiência de vida. Há elementos promissores na atualidade, no entanto a questão de valor é fonte de conflito.
A discussão forma/conteúdo entra em cena. Uns vão privilegiar a primeira, outros o segundo. Levando em consideração as obras tidas como exemplos da boa literatura brasileira, ontem e hoje, e os seus pressupostos mais comuns em termos de se encarar a experiência negra em nosso país, é possível perceber-se que o sistema de valorização da obra literária não está nas mãos do negro, que diante dele titubeia, na tentativa de introjetá-lo e rejeitá-lo. Sabemos que o julgamento estético não existe isento da ideologia. Por isso, em certos críticos brancos, já se insinuam as censuras ao rancor, ao revide... Outros voltados inteiramente na busca das formas que garantam a negritude do texto...
É preciso citar Frantz Fanon: “O colonizado descobre que é obrigado a responder por tudo e por todos. Não se converte apenas para defender; aceita ser colocado entre os outros (seu povo) e doravante pode permitir-se rir de sua covardia passada.
Essa arrancada difícil e dolorosa é porém necessária. Quando ela não se realiza, assiste-se a mutilações psico-afetivas extremamente graves. Indivíduos sem fronteira, sem limite, sem cor, apátridas, desenraizados, anjos”. (in Condenados da Terra).
Se a questão da qualidade é relevante, o problema do descondicionamento é quem vai garantir que forma e conteúdo não fiquem brigando por privilégios, porque ao escritor o maior privilégio é poder mergulhar com a sua arte na medula do seu povo, redimi-lo, consolá-lo e sobretudo lutar com ele.
São Paulo, 09 de julho de 1982.
Bibliografia:
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ANDRADE, Mário. Macunaíma. São Paulo : Martins. 1981.
Barreto, Lima. Clara dos Anjos. Rio de Janeiro : Edições de Ouro, s.d.
Barreto, Lima. Memórias do escrivão Isaías Caminha. Rio de Janeiro : Edições de Ouro, s.d.
Cadernos Negros 1 a 5. São Paulo : Edições dos Autores, 1978-1982. (poemas e contos)
Camargo, Oswaldo de. Um Homem tenta ser Anjo. São Paulo : Ed. Gráfica Supertipo, 1959.
Camargo, Oswaldo de. O Carro do Êxito. São Paulo : Martins, 1972
Camargo, Oswaldo de. A Descoberta do Frio. São Paulo : Edições Populares, 1979.
Cunha, Euclides da. Sertões. São Paulo : Abril Cultural, 1979.
Dia, Ruy. São Sete Conchas no Colar de Iemanjá. Rio de Janeiro : José Olympio ; Brasília : INL, 1975.
Fanon, Franz. Condenados da Terra. 2ed. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 1979.
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Gullar, Ferreira. Poema Sujo. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira; Difel, 1983.
Ricardo, Cassiano. Martim Cererê. 5.ed. São Paulo : Nacional, 1936.
Sousa, Cruz e. Obras Completas. Rio de Janeiro : Aguilar, 1961.
Teles, Gilberto Mendonça. Vanguarda Européia e Modernismo Brasileiro. 4.ed. Petrópolis, Vozes, 1977.
Trindade, Solano. Poemas duma Vida Simples. S.L.p., s.d.
Trindade, Solano. Cantares ao meu povo. São Paulo : Brasiliense, 1981.